Sou Mulher

Nesse mundo desigual, luto com garra, com fé e amor.

Trago no colo um menino, nos olhos a paz do Criador.

Nos braços um homem de bem, no rosto marcado a dor.

A delicadeza e a vaidade circundam-me com vigor.

Conceber é um dom divino, que recebo se almejo, porém.

Na verdade ninguém me ensinou, nem sei mesmo se o exerço bem.

Aquilo que promovo e transformo provém do amor celeste e veraz.

Se no caminho encontro pedras, sigo com gana, não olho para trás.

O mundo inteiro eu carrego no ventre, por bravura, força e grandeza.

Sensibilidade é meu nome, valentia em delicadeza.

Porque sou mulher, sou menina, sou negra, sou esplendor, sou branca, sou nordestina, sou uma estrela, uma flor.

Sou alta, sou gorda, sou magra, sou esbelta, sou pequena, sou tímida, sou destemida, ruiva, mulata, morena.

Sou da paz, sou harmonia, sou graça, sou prudente, sou raça, sou melodia, sou batalha, sou decente.

Sou mãe, sou conselheira, avó e neta, anciã, sou filha, sou companheira, pai e mãe, amiga, irmã. 

Sou cantora, sou atriz, sou gari, sou balconista, curadora, imperatriz, sou baronesa, sou artista.

Líder, nobre, cozinheira, humilde, simples, sou pedreira, sou médica, sou ajudante, nata, turista, estrangeira.

Jovem, solteira, casada, perseguida, abandonada, sou romântica, sou beleza, encantadora e bem amada.

Sou mulher, sou verdade, sou fortaleza, educadora, sou riqueza, sou coragem, sou sapiência, sou vencedora.

Márcia Alves
Professora de Literatura e Língua Portuguesa – Izabela Hendrix

CONAPEU – Coordenação Nacional das Pastorais Escolares e Universitárias